sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"A Dança" de Pablo Neruda

Não te amo como se fosses uma rosa ou um topázio
Ou a flecha de cravos, que o fogo lança.
Amo-te como certas coisas escuras devem ser amadas,
Em segredo, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e carrega,
Escondida dentro de si, a luz de todas as flores.
E, graças ao teu amor, escura no meu corpo
Vive a densa fragrância que cresce da terra.
Amo-te sem saber como ou quando ou de onde.
Amo-te tal como és, sem complexos nem orgulhos.
Amo-te assim porque não sei outro caminho além deste
Onde não existo eu nem tu.
Tão perto que a tua mão no meu peito é a minha mão.
Tão perto que, quando fechas os olhos, adormeço.
Pablo Neruda

No filme "Patch Adams: O Amor é Contagioso", de que falamos no post anterior, Patch dedica este poema de Pablo Neruda a Carin. Embora o poema não tenha grande ligação ao nosso trabalho, encantou-nos. Razão pela qual o expomos aqui, para que quem venha visitar o nosso blogue possa também deliciar-se com ele.
Pablo Neruda nasceu a 12 de Julho de 1904, em Parral, no Chile, e faleceu a 23 de Setembro de 1973, em Santiago, capital do Chile.
Foi cônsul do Chile, na Espanha e no México, mas foi, na verdade, muito mais que isso. Tornou-se num dos mais importantes poetas da língua castelhana, tendo sido premiado com o Nobel de Literatura, em 1971. O escritor deixou uma extensa e maravilhosa obra. Com os seus poemas em espanhol e traduzidos também para português podemos ler a "Antologia Poética de Pablo Neruda".

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